OAB quer fim da concentração de lucros e socialização dos prejuízos
Brasília, 01/05/2009 - A grande reflexão que este 1º de maio impõe é de que é preciso celebrar novo pacto entre capital e trabalho, em que não mais prevaleça a concentração dos lucros e a socialização dos prejuízos. A afirmação foi feita hoje (01) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, ao comentar a passagem do Dia do Trabalho. A data - disse - ganha relevo especial neste momento de crise e desemprego mundiais, decorrentes da má gestão do sistema financeiro internacional.
Segue a nota do presidente nacional da OAB:
"O 1º de maio é uma data cívica universal. Celebra em todo o mundo o Dia do Trabalho. A data ganha relevo especial neste momento de crise e desemprego mundiais, decorrentes da má gestão do sistema financeiro internacional.
Mais uma vez, o grande penalizado é o trabalhador, que não contribuiu para a construção da crise, mas é o primeiro chamado a pagar a conta dos desmandos que a provocaram. Os grandes grupos econômicos, antes de reduzir vantagens e regalias a seus altos executivos, demitem em massa e depois pedem socorro ao governo.
O esforço do Estado em atenuar os efeitos perversos da crise - justo e necessário - deve ter como centro de sua ação o trabalhador, o elo mais frágil dessa corrente.
O dinheiro estatal, obtido por meio dos impostos da sociedade, só pode ser gasto em seu benefício. O interesse social - e tão-somente ele - deve definir e orientar os gastos públicos no socorro às empresas e aos setores atingidos pela crise.
Esse socorro não pode estar dissociado do compromisso de manter o nível de emprego - ou de pelo menos fazer um esforço efetivo nessa direção.
A grande reflexão que este 1º de maio impõe é de que é preciso celebrar novo pacto entre capital e trabalho, em que não mais prevaleça a concentração dos lucros e a socialização dos prejuízos."