Menu Mobile

Conteúdo da página

Organização criminosa domina carceragem em Curitiba, denuncia OAB-PR

domingo, 12 de abril de 2009 às 08h01

Curitiba (PR), 11/04/2009 - Uma vistoria de rotina da Seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) à carceragem do 11º Distrito Policial, na Cidade Industrial, em Curitiba, revelou que os mais de 150 presos da delegacia acabaram por formar uma organização criminosa. Não existem indícios de vinculação com quadrilhas de outros Estados. Apesar de o distrito ter capacidade para 40 presos, 152 detidos estavam no xadrez.

No dia 10 de janeiro, os presos renderam um dos policiais de plantão com estoques (arma branca improvisada com barra de ferro) quando a comida era entregue na carceragem e iniciaram uma rebelião. Para contê-los, os policiais atiraram contra os detentos. Um morreu. Outros três ficaram feridos e a carceragem foi destruída.

Desde então, as celas ficam abertas e os presos circulam livres pela área. A OAB-PR confirma que a situação está insalubre. Duas portas separam a carceragem da parte da delegacia onde os cidadãos prestam queixas e depoimentos. A Secretaria da Segurança Pública do Paraná desrespeita ordem judicial que determina o esvaziamento da carceragem desde o dia 16 de janeiro.

O que chamou a atenção da advocacia é que, normalmente, as visitas da comissão de Direitos Humanos da OAB-PR nas prisões das delegacias causam alvoroço entre os presos, que se aglomeram nas grades para relatar a situação precária em que estão. A presidente da comissão, Isabel Kugler Mendes, conta que estranhou quando os presos não vieram até à equipe de advogados na última visita à delegacia.

"Fomos recebidos por um homem vestido com camisa-polo. Ele nos perguntou o que queríamos lá", lembra Isabel. Este homem, conhecido como "Gringo", preso por tráfico de drogas, é uma espécie de mediador entre os presos e a delegacia. Após ter que explicar as razões da visita, os presos foram "liberados" pelo "comando" da prisão para falar com os advogados. Uma coisa ficou clara para a OAB: eles estão organizados.

A situação no 11º DP, segundo Isabel, chegou a um nível em que os policiais correm riscos. Apenas dois agentes por turno fazem a segurança dos presos. "No caso do 11º DP faltam direitos humanos não só aos detentos, mas também aos policiais", explica.

Recomendar

Relatar erro

O objetivo desta funcionalidade e de reportar um defeito de funcionamento a equipe técnica de tecnologia da OAB, para tal preencha o formulário abaixo.

Máximo 1000 caracteres