OAB-AC exige apuração de torturas a detentos no presídio de Tarauacá
Rio Branco (AC), 16/02/2009 - Uma comissão da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Acre esteve no presídio Moacir Prado, na cidade de Tarauacá (AC), para levantar denúncias de tortura a presidiários da unidade. As denúncias chegaram à entidade da advocacia por meio dos familiares de três integrantes de um grupo acusado de tráfico de drogas, presos no início desse mês na BR-364 entre Cruzeiro do Sul e Tarauacá. Os presos, com hematomas pelo corpo, confirmaram as torturas.
O preso Marcelo da Costa Silva afirmou aos advogados que ainda não consegue dormir direito com dores no abdômen e nas costas. Ele relatou que por volta das 19h do dia 03 de fevereiro chegou ao presídio acompanhado de outros dois integrantes do grupo e que foram recebidos pelos agentes penitenciários. Na entrada, tiveram que tirar as roupas para a revista.
"Aí começaram a agredir a gente com tapas e pontapés, não conseguíamos nos levantar, eram eles batendo e a gente caindo. Daí fomos em direção às celas. Eles só pararam de bater quando chegamos ao pavilhão, quando os outros presos ao ouvirem a gente gritando e apanhando, começaram a balançar o pavilhão", relata o presidiário.
O preso Ediedimar Lima Silva, 24 anos, conta que um dos agentes pronunciou: "Agora é hora do batismo", momento em que teve início à sessão de tortura. As agressões, segundo o detento, seria uma espécie de ritual para os novatos que chegam à unidade. Os outros três integrantes do grupo, presos um dia depois, entre eles dois de Rio Branco, disseram que sofreram agressões da polícia, mas não ficaram com hematomas.
O presidente da OAB-AC, Florindo Poersch, foi informado dos fatos e pediu rigor na apuração. Antes da Comissão da OAB deixar a cidade, os seis presidiários foram levados ao hospital, onde foram submetidos a novos exames. A OAB pediu ao IAPEN e ao Ministério Público que garantam a integridade física dos presos.