Vitória (ES), 20/01/2009 - Com papel de destaque nas ações de combate ao crime organizado no passado, o Fórum Reage Espírito Santo retomou nessa segunda-feira as suas atividades, após cinco anos. Em reunião na sede da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Espírito Santo, que lidera o movimento, representantes da sociedade civil decidiram que o fórum atuará agora de forma permanente. As últimas denúncias reveladas pela Operação Naufrágio - que investiga crimes como nepotismo e venda de sentenças contra a administração da Justiça no Espírito Santo - foram um dos motivos principais que levaram a retomada dos trabalhos.

"A Operação Naufrágio está exigindo a atuação no sentido não só de fiscalizar as investigações que estão sendo feitas, mas, sobretudo, que os resultados sejam apresentados à sociedade civil. Além de outros temas que estão sendo objeto de debate, esse vai ser o assunto que vai nortear a atuação do fórum em princípio", afirmou o presidente da OAB-ES, Antônio Genelhu. A segurança pública no Estado também foi alvo da discussão.

Criado em 1999, o fórum funcionou até meados dos anos 2000. Esteve à frente de passeatas e manifestos pelo fim da impunidade, além de ter feito o pedido de intervenção federal no Estado. Na próxima segunda-feira, o fórum volta a se reunir para elencar todos os temas e definir as primeiras atividades de atuação do movimento.

Cerca de 30 pessoas participaram das discussões. O ex-presidente da OAB do Espírito Santo e presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Agesandro da Costa Pereira (um dos fundadores do movimento), comentou sobre a importância do fórum no combate ao crime organizado. "O fórum estava numa espécie de recesso. Mas quando as instituições passam por problemas, sobretudo com essa crise no Tribunal de Justiça, que está longe de terminar, as discussões ressurgem", afirmou Pereira.