OAB-RJ critica despesas com Jogos Militares: é gasto ‘inconveniente e imoral'
Rio de Janeiro, 15/12/2008 - O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, afirmou hoje (15) que o gasto de dinheiro público com a realização de uma olimpíada militar - os chamados Jogos Mundiais Militares - é "inconveniente e imoral". "Inconveniente, pelo momento de crise econômica mundial que já atinge o Brasil, inclusive com desemprego, em diversos setores da economia. Imoral pelo desperdício de dinheiro público a ser utilizado em evento destituído de qualquer importância e interesse popular".
A análise foi feita por Damous ao comentar o anúncio feito pelo Ministério da Defesa, que deseja investir R$ 1,27 bilhão na realização de uma olimpíada militar. Os Jogos Mundiais Militares, que ocorrem a cada quatro anos, terão a sua quinta edição em 2011, no Rio de Janeiro. As provas serão realizadas nos e ginásios do Pan-2007. O evento, que o Brasil sedia pela primeira vez, custará mais do que a conclusão do programa nuclear da Marinha (R$ 1,04 bilhão), considerado estratégico para colocar o país no grupo dos que dominam o ciclo do combustível nuclear. Para a preparação dos jogos e construção de uma Vila Olímpica, o governo já liberou de R$ 275 milhões.
O presidente da OAB fluminense afirmou que se o pedido de crédito - de mais de 1 bilhão de reais, escalonado de 2008 a 2011 - for aceito pelo governo, o Brasil se tornará "campeão das Olimpíadas do dinheiro jogado fora", afirmou o dirigente da OAB fluminense, ao considerar o evento uma atividade desportiva de âmbito estritamente corporativo e cujos recursos poderiam ser investidos no reaparelhamento das próprias Forças Armadas.