Ophir afirma que Comissão da Verdade deve focar drama dos familiares
Brasília - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, classificou hoje como “equilibrada” a composição da Comissão da Verdade anunciada pela presidente Dilma Rousseff. Para Ophir, os nomes escolhidos “são profundos estudiosos, respeitados e com conhecimento da matéria, devendo atuar com senso da mais alta responsabilidade na apuração de fatos que precisam ser passados a limpo, para que a verdade histórica seja conhecida em sua plenitude”.
Ainda segundo o presidente nacional da OAB, o trabalho da Comissão deve ser feito “com total rigor e, ao mesmo tempo, equilíbrio, para que não paire qualquer sentimento de radicalismos nem de um lado nem de outro. E mais importante: que as famílias dos mortos e desaparecidos tenham, como fruto de seu trabalho, uma resposta definitiva às angústias e sofrimentos vividos por tanto tempo”.
Veja a composição da Comissão da Verdade, que toma posse no próximo dia 16:
Cláudio Fonteles – Foi procurador-geral de República entre 2003 e 2005. Fonteles atuou no movimento político estudantil como secundarista e universitário e foi membro grupo Ação Popular (AP) que comandou a União Nacional dos Estudantes (UNE) na década de 60.
Gilson Dipp – Foi corregedor do Conselho Nacional de Justiça e ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). É ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 2011. Dipp é jurista e gaúcho de Passo Fundo.
José Carlos Dias – Foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso. Advogado criminalista, também foi secretário de Justiça do estado de São Paulo no governo Franco Montoro. Atualmente é conselheiro da Comissão de Justiça e Paz de São Paulo, da qual foi presidente.
José Paulo Cavalcanti Filho - Advogado, escritor e consultor. Foi ministro interino da Justiça e ex-secretário-geral do ministério da Justiça no governo José Sarney. É consultor da Unesco e do Banco Mundial. Foi presidente do Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entre 1985 e 1986.
Maria Rita Kehl – Psicanalista, cronista e crítica literária. Foi editora do jornal Movimento, um dos mais importantes entre as publicações alternativas que circularam durante o período militar. Trabalhou nos principais veículos de comunicação do país. É autora de seis livros e vencedora do Prêmio Jabuti.
Paulo Sérgio Pinheiro – Diplomata e professor da Universidade de São Paulo (USP), Pinheiro foi secretário especial de Direitos Humanos no governo Fernando Henrique Cardoso. Participou do grupo de trabalho nomeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsável por preparar o projeto da Comissão da Verdade. É Relator da Infância da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Rosa Maria Cardoso da Cunha – Advogada criminalista, professora e escritora. Especializou-se na defesa de crimes políticos, com intensa atuação nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal, onde trabalhou, especialmente, junto ao Superior Tribunal Militar e Supremo Tribunal Federal. Atuou como advogada de diversos presos políticos, entre eles, a presidenta Dilma Rousseff.