Biblioteca Arx Tourinho
        Entidades Nacionais de Advocacia
        Escola Nacional de Advocacia
        Espaço Rui Barbosa
        Livraria
        Museu Histórico da OAB
        OAB Editora
        Plenário
        Projeto Memória
        Projeto de Visitação Institucional
        Projeto Vocacional
        Sala dos Advogados
        Sala dos Presidentes de Seccionais
        Salas de Conferências

Medalha Rui Barbosa

Raymundo Faoro
Agraciado no dia 8 de outubro de 2002, na gestão de Rubens Approbato Machado

Raymundo Faoro nasceu em Vacaria (RS), no dia 27 de abril de 1925. Eleito em 23 de novembro de 2000 para a cadeira nº 6 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na sucessão de Barbosa Lima Sobrinho, foi recebido em 17 de setembro de 2002 pelo acadêmico Evandro Lins e Silva, também já falecido.

Filho de agricultores, depois de 1930 sua família mudou-se para a cidade de Caçador (SC). Lá fez o curso secundário, no Colégio Aurora. Formou-se em Direito, em 1948, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Transferiu-se, em 1951, para o Rio de Janeiro, onde advogou e fez concurso para a Procuradoria do Estado, de onde se aposentou.

Além de jurista, é um dos mais importantes cientistas sociais brasileiros, autor de ensaios de direito e ciências humanas. Faoro teve duas obras clássicas: "Os Donos do Poder", um dos trabalhos mais importantes na área do ensaio brasileiro, e "A Pirâmide e o Trapézio", em que destrói brilhantemente um dos lugares-comuns mais inarredáveis da crítica literária - a alienação de Machado de Assis em relação a fatos políticos e sociais de seu tempo.

Foi Presidente Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, de 1977 a 1979. Lutou pelo fim dos Atos Institucionais e ajudou a consolidar o processo de abertura democrática nos anos 70. Com ele, a sede da OAB, no Rio, transformou-se num front de resistência pacífica contra o regime militar. Partiu de lá a primeira grande denúncia circunstanciada contra tortura de presos políticos.

Durante o governo do general João Figueiredo, Faoro lutou pela anistia ampla, geral e irrestrita. Com a anistia e a retomada das liberdades políticas, a casa de Faoro nas Laranjeiras, no Rio, tornou-se lugar de encontro de políticos como Tancredo Neve e Luís Inácio Lula da Silva. Este propôs, sem sucesso, que Faoro entrasse na disputa presidencial em 1989, como candidato a vice-presidente.

Ao receber do Presidente Nacional da OAB, Rubens Approbato Machado, a Medalha Ruy Barbosa – a mais alta distinção outorgada a um advogado –, em solenidade realizada no Rio de Janeiro, dia 9 de setembro de 2002, Faoro já estava enfermo.

Faleceu no dia 15 de maio de 2003.

Conheça os agraciados com a Medalha Rui Barbosa