Família de advogado morto pede apoio da OAB para apressar as investigações
Recife (PE), 27/03/2009 - A família do advogado Luiz Antônio Esteves de Brito, de Recife, morto a tiros na cidade pernambucana de Arcoverde, em Pernambuco, reivindicou hoje (27) que o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, questione ao governador do Estado, Eduardo Campos (PSB-PE), quais as condições materiais de que dispõe a polícia para a elucidação do crime. Em tom de revolta, a irmã do advogado, Fábia Cristina Esteves de Brito, afirmou que o governador, apesar de ser do mesmo partido de Luiz Antônio, nunca enviou à família sequer um telegrama, manifestou sua solidariedade ou pediu rigor na apuração da bárbara morte, ocorrida dentro do escritório do advogado. A reivindicação da família foi feita durante reunião com Cezar Britto, na sede da OAB de Pernambuco, em Recife. Também participou da reunião o presidente da OAB-PE, Jayme Asfora.
"Só o que o governador fez foi designar um delegado especial, mas isso é só burocracia. Quais as condições materiais de que ele dispõe para fazer uma boa investigação? Há serviço de inteligência atuando nessas investigações? Não sabemos de nada", afirmou a irmã de Luiz Antônio Esteves.
Zita Maria Esteves de Brito, mãe do advogado, relatou ao presidente nacional da OAB que estava no escritório do filho no dia do crime. Ela conta que um homem entrou no escritório dele como se fosse um cliente e, ao sair, deu tiros nas costas de seu filho, levando-o à morte. Luiz Antônio Esteves de Brito era advogado criminalista e vice-presidente do diretório municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Arcoverde. Pela família, também participaram da reunião o filho do advogado, Vitor Araújo Esteves de Britto, um tio e vários sobrinhos. Todos pedem mais apoio por parte do governo para a punição dos envolvidos.
Britto afirmou que vai cobrar essas informações do governador na reunião que terá com ele logo mais, às 11h, na sede do Palácio do Governo. Esse foi um dos quatro crimes cometidos só este ano contra profissionais da advocacia. Além dele, a OAB repudiou as mortes dos advogados Manoel Mattos, vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), em 24 de janeiro; Antônio Augusto de Barros, que morreu cinco dias após o crime contra Manoel, após ser atingido por quatro tiros de pistola em Lagoa de Itaenga; e de José Marcos Carvalho Filho, morto dentro de seu escritório, em Olinda.