Britto propõe intercâmbio com Cuba a juristas e Faculdade de Direito

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009 às 03:54


Havana (Cuba), 19/02/2009 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, propôs hoje (19) à União Nacional dos Juristas de Cuba e à Faculdade de Direito de Havana, com cujos dirigentes se reuniu, um programa de intercâmbio cultural e educacional na área do Direito entre os dois países. Com a União dos Juristas de Cuba, a OAB se dispõe a implantar um programa pelo qual advogados brasileiros e cubanos possam, reciprocamente, manter contato e conhecer o funcionamento das estruturas do Judiciário nesses países.


No encontro com dirigentes da Faculdade de Direito de Havana, Cezar Britto discutiu a possibilidade de um intercâmbio diretamente com a Escola Nacional de Advocacia (ENA), vinculada ao Conselho Federal da OAB. A Faculdade cubana mandaria alunos para a ENA e vice-versa. Britto lembrou que já existem vários brasileiros estudando Direito em Cuba, o que facilitaria a implementação do programa. Tanto no contato com o presidente da União Nacional dos Juristas de Cuba, Arnel Cuenca, quanto na reunião com o Decano da Faculdade de Direito de Havana, Jose Luis Toledo Santander, Britto esteve acompanhado do vice-presidente nacional da OAB, Vladimir Rossi Lourenço.


As propostas para intercâmbio entre a advocacia do Brasil e Cuba foram muito bem recebidas pelos dirigentes das entidades cubanas, segundo o presidente nacional da OAB, que participou do II Encontro Internacional dos Advogados Trabalhistas, em Havana. "Esse intercâmbio, face à globalização cada vez maior nas relações comerciais e humanas entre esses dois povos, é fundamental para que se possa estabelecer contatos mútuos para o presente e o futuro", observou Britto. "Hoje, várias empresas brasileiras já estão presentes em Cuba e há também vários cubanos presentes ao Brasil, fatos que implicam em negócios e atividades jurídicas de parte a parte, e também na necessidade de conhecimento da legislação de ambos os países".


O presidente nacional da OAB destacou também a importância no aspecto da complementariedade, para os profissionais do Direito dos dois países, de se estabelecer esse intercâmbio cujas conversações se iniciaram. "É importante observar que há muita diferença entre o sistema judiciário num país socialista, com visão de inclusão social muito forte, como Cuba, e uma Justiça num país capitalista, onde há uma separação muito clara entre o público e o privado", salientou. "De forma que será fundamental esse intercâmbio, esse relacionamento no qual só têm a ganhar aqueles que hoje precisam um maior aperfeiçoamento sobre a cultura e as instituições jurídicas como razão para a atuação profissional".