Ophir: com segurança na UTI, Pará vê crime se expandir e advogado é nova vítima

sexta-feira, 09 de janeiro de 2009 às 09:55

Belém (PA), 09/01/2009 - A violência urbana na capital do Estado do Pará fez mais uma vítima fatal: o advogado e procurador domunicípio de Belém, Marcelo Castelo Branco Iúdice, 32 anos, assassinado com um tiro à queima roupa na noite de quarta-feira por assaltantes. A informação foi transmitida hoje pelo diretor do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e ex-presidente da OAB-PA, Ophir Cavalcante Junior, que voltou a cobrar providências enérgicas das autoridades federais e estaduais para coibir a escalada do crime no Estado. "Há tempos, estamos alertando que a segurança pública no Pará está na UTI, pela hora da morte,eé preciso agir urgentemente de forma articulada, governo e sociedade, antes que a situação se deteriore e o Estado se torne ingovernável", afirmou ele, ao lamentar mais essa morte, em consequência do descaso na segurança pública.


Após assaltarem uma farmácia, bandidos que fugiam da Polícia entraram no carro do advogado Marcelo Castelo Branco e o mataram, sendo, em seguida, mortos pelos policiais. O caso chocou a opinião pública em Belém por ser Marcelo um advogado muito querido no meio jurídico e na sociedade, contou Ophir. O diretor do Conselho Federal da OAB lembrou que de há muito vem advertindo a sociedade e os governos federal e estadual sobre a insegurança no Estado do Pará. "O descaso com a segurança ultrapassou os limites da tolerância", disse Ophir Cavalcante Junior, que esteve no velório elevou a solidariedade da advocacia brasileira aos familiares e aos procuradores Jurídicos do Município de Belém.


Emocionado, o diretor do Conselho Federal da OAB e ex-presidente da Seccional paraense da entidade declarou que "o Pará é terra de gente de bem, não podendo os cidadãos ficarem reféns da bandidagem, temerosos de sairem às ruas de noite". Ele acrescentou: "É preciso haver um basta; o governo estadual precisa dar uma resposta efetiva à sociedade apresentando um plano de combate à criminalidade que resgate a confiança na Polícia, afastando a pecha de que o Estado não é seguro para se viver".


Reiterando a necessidade de medidas enérgicas de reestruturação da segurança pública paraense, tarefa que compete sobretudo às autoridades públicas que estariam se acomodando diante da escalada do crime, Ophir Cavalcante Junior encerrou com umdesabafo e um novo alerta: "Se continuarmos a enfiar a cabeça para baixo da terra, quando somos cobrados e não reagimos, estaremos fazendo coro a um refrão que se espalha pelo Brasil de que oPará, em razão da sua dimensão continental e a persistente violência, é um Estado ingovernável".